A Associação Filarmónica União Lapense (AFUL) celebrou o seu 113º aniversário no passado dia 20 de fevereiro, com um concerto da Banda da AFUL e com a fadista Célia Rodrigues, o acordeonista Adriano da Lapa e o Rancho Folclórico da Freguesia da Lapa, como convidados a atuar na festa.
Fundada em 1909, a AFUL continua a atrair a comunidade aos eventos que promove, inclusivamente, no dia que a banda sai à rua para o peditório as pessoas aderem. Mas há erros do passado que, segundo o atual presidente da direção, Sebastião Barbosa, nos últimos anos, trouxeram alguns dissabores à coletividade. Faz este mês cinco anos que Sebastião entrou na direção da AFUL e desde então vem tentando a legalização, que acabou por conseguir agora. “Não tínhamos licença de utilização, não tínhamos nada”, diz, contando os vários passos que teve de dar para conseguir a licença, que passaram pela escritura do terreno e depois pelo processo de legalização. “O processo deu entrada na Câmara em 2019 e foi preciso tanta coisa que demorou este tempo todo”.
Fazem eventos, almoços e festas, com a banda a ajudar, e assim têm conseguido angariar dinheiro. “Tudo o que havia para pagar nós conseguimos pagar. Neste momento, a única dívida que a AFUL tem é ao antigo maestro da banda”, diz Sebastião Barbosa, que espera estar na Festa do Vinho para saldar esta dívida, o que já queria ter feito em 2020, mas a pandemia não deixou. Têm dois espaços arrendados, de onde recebem 550 euros, no total. “É o nosso rendimento e já é muito bom. Se não tivéssemos estas pessoas a ajudar-nos, teríamos de ter a porta fechada”.
Estão agora a tentar tratar da licença de utilidade pública, pedindo ajuda ao município e à União de Freguesias “para poder propor a utilidade pública para esta casa, ainda neste último mandato. Para que a preocupação daqueles que venham a seguir seja gerir a banda e manter o espaço, sem dívidas”.
A Banda, com cerca de 30 elementos, na grande maioria gente da Lapa, “funciona bem e onde nós vamos fazemos boa figura”, garante o presidente da coletividade, mas diz concordar que “que esta casa não seja só da banda”. A AFUL tem a secção das marchas, tem o grupo dos cantares, e agora tem a escola de música, com crianças mais pequenas. Mas diz que a AFUL continuar precisa do apoio da Junta e da comunidade. “Os sócios não vêm às assembleias, se eles estivessem mais presentes não se tinham passado certas coisas aqui na AFUL. São cerca de 200 sócios, uns querem desistir outros não pagam as quotas. É difícil”, desabafa. Em junho de 2023 termina o mandato e Sebastião Barbosa não pretende ficar. “Já dei o meu contributo e gostava de ver outras pessoas na direção”.