Cartaxo afastado da presidência da AMPV

Ao fim de 14 anos, o município do Cartaxo é afastado da presidência da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e o presidente da Câmara, João Heitor, lamenta a “forma deselegante como o processo foi desenvolvido”.

No passado 25 de novembro, houve eleições na AMPV para o quadriénio de 2021-2025, que decorrem até quatro meses após as eleições autárquicas, tendo o município do Cartaxo ficado fora do conselho diretivo da associação, quando até então presidia o mesmo. José Arruda, secretário-geral da AMPV, revela que “esta é uma mudança natural no seio de uma associação que está a crescer de ano para ano, que representa um número cada vez maior de municípios, que vê de dia para dia a sua rede de trabalho e de parcerias cada vez mais forte e que está cada vez mais dinâmica, liderando projetos diferentes, diferenciadores e ambiciosos nas áreas da promoção do vinho, do enoturismo, da gastronomia ou até dos azeites”.    

João Heitor diz ter sido informado pelo diretor executivo da AMPV de que o Cartaxo deixaria de ter a presidência, tendo o presidente da Câmara do Cartaxo sido convidado para vice-presidente da mesa da assembleia da associação, situação que levou João Heitor a deixar nota “da forma deselegante como este processo foi conduzido, não pelo resultado, até porque como me foi dito pelos próprios, o Cartaxo não tem de presidir a AMPV a vida toda, mas pela forma como as coisas foram feitas, que deixam bastante a desejar. Também deixa a desejar aquilo que a AMPV tem contribuído para o município do Cartaxo, nestes anos todos”, referiu o presidente da Câmara do Cartaxo, adiantando que nem mesmo o próprio diretor executivo soube explicar quais terão sido estes contributos para o desenvolvimento do Cartaxo no âmbito do vinho e dos seus produtores.

Neste sentido, João Heitor pretende “perceber muito bem em que medida é que faz sentido estar lá dentro”, considerando que “para gastar tempo e dinheiro temos mais por onde o fazer”. Ainda assim, o presidente da Câmara diz que aceitou o convite e assume agora o cargo de vice-presidente da mesa da assembleia, que lhe foi proposto.

Criada em 2007, a AMPV apresenta-se como “porta-voz de todos os municípios com vincada tradição vitivinícola” e diz desenvolver “ações e atividades de interesse comum a todos os seus municípios associados a nível local, nacional e europeu e tem como missão a afirmação da identidade histórico-cultural, patrimonial, económica e social dos municípios portugueses e dos territórios ligados à produção de vinhos de qualidade”. “Entre os seus objetivos estratégicos está a valorização do potencial endógeno dos territórios cuja economia, cultura e identidade histórica estão fortemente associadas ao vinho”, lê-se ainda na página da Associação de Municípios Portugueses do Vinho.

A AMPV, atualmente com 91 municípios associados, teve como sede inicial o Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo, posteriormente passou para o Mercado Municipal do Cartaxo, estando desde há quase dois anos, sediada em Santarém, no Centro Nacional de Exposições – Quinta das Cegonhas (CNEMA).

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Para o quadriénio 2021-2025, foi eleito para a presidência da AMPV Luís António Alves da Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa.

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