Dez

Por Beatriz Tacão

No passado dia 18 de Fevereiro, subiu para dez o número de mulheres vítimas de violência doméstica. Com esta notícia abaladora, tomei a liberdade de ir pesquisar: “Violência doméstica”:

“Chefe da PSP condenado por violência doméstica”; “A Casa de Abrigo do Pombal recebeu mais de mil vítimas desde 2001”; “PSP: 43 queixas de violência a menores no namoro”; “Juiz julgado por ‘atormentar’ ex-mulher”.

É assustador. É triste. É triste viver num mundo em que tenho receio de ser mulher. Viver em pleno século vinte e um com as repressões de uma idade média. É triste ter receio de amar. Ter receio do dia de amanhã.

Eu entendo aquela mulher que escolheu o silêncio. Eu entendo aquela mulher que está dependente financeiramente. Eu entendo aquela mulher que quer proteger o seu filho. Eu entendo aquela mulher que escolheu amar. Eu entendo. Mas não entendo as mortes. Não entendo a violência. Vamos mudar; temos de mudar.

Nós, jovens, somos os jovens de hoje, mas os Homens de amanhã. Nós somos o futuro. Então, vamos lutar pelas mulheres. As mulheres que escolheram o silêncio, as mulheres que estão dependentes financeiramente, as mulheres que protegem os seus filhos, as mulheres que amam. Porque elas, elas também são Homem, elas também são dignas. São dignas de proteção, são dignas de respeito. São dignas de uma vida.

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Hoje são Dez. Amanhã, que sejam Zero.

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