Opinião de José Barreto
Todos nós conhecemos a situação financeira catastrófica em que se encontra o Município do Cartaxo. Também todos sabemos que os responsáveis por tal situação são os sucessivos executivos do PS, que têm desgovernado o nosso Concelho.
A entrega de um bem público como a água, para ser explorado por uma empresa privada foi a gota que fez transbordar o copo da incompetência e delapidação na gestão do Município. O dinheiro recebido e a sua boa aplicação não são visíveis, não contribuindo sequer para baixar a monstruosa dívida que esmaga o nosso Concelho.
Fruto da dívida e da intervenção do Fundo de apoio Municipal (FAM) continuamos nós e as empresas do Município a ter que pagar os impostos à taxa máxima, sendo esta uma das razões que leva a que novas empresas não se instalem no Município e a que algumas que cá estavam tivessem “voado” para outros lados.
O que me impeliu a voltar a temas já anteriormente por aqui abordados foi a leitura e análise do orçamento Municipal para 2021 e a comparação com os anteriores, sucessivamente vemos promessas que nunca chegam a ser concretizadas, como obras no mercado municipal, rede viária, estaleiro da Câmara, parque de Caravanas de Valada, intervenção nas zonas ribeirinhas de Valada e Vala Real, requalificação e aproveitamento turístico da aldeia da Palhota, investimento nas zonas industriais do Casal Branco, apoio ao comércio local, etc., etc. Refiro-me apenas a algumas para não tornar a leitura fastidiosa.
Este orçamento de 2021, que por esta altura já deverá estar aprovado pela maioria PS na Assembleia Municipal, vai ser mais do mesmo. Promessas e cabimentos orçamentais que se irão esvaziando ao longo do ano com o fundamento que não há dinheiro. Mas nunca de facto concretizadas! Certamente não haverá dinheiro enquanto o contrato com o FAM não for renegociado (só em pagamento de dívida e juros da mesma vão 7,5% do orçamento à vida). Enquanto não for feito o caminho para que a Água volte à esfera publica, para que o proveito da mesma venha para a população do Concelho e não só para os bolsos de alguns.
No meu modesto entender, são duas questões fundamentais para a recuperação do nosso Município, mas não podemos esperar que quem nos pôs nesta situação emende a mão.
Como sempre em democracia está na mão do povo fazer as suas escolhas, está na nossa mão a possibilidade do orçamento de 2022 ter novos atores e novas políticas.
*Artigo publicado na edição de janeiro do Jornal de Cá.