Coronavírus: Impacto da pandemia nas empresas

A Nersant iniciou um inquérito semanal para analisar de que forma as medidas de contingência impostas com o covid-19 estão a condicionar a atividade empresarial das empresas associadas.

Neste primeiro inquérito, ficou a saber-se que a redução da faturação, devido à pandemia, 76,19% das empresas registaram uma diminuição, destas 42,85% tiveram uma queda superior a 70%. Parte desta redução da faturação foi verificada porque cerca de 65,62% das empresas suspenderam ou reduziram parcialmente a atividade (25% das empresas suspenderam, enquanto 40,62% reduziram parcialmente a atividade). Verificou-se que 34,38% mantiveram a atividade normal.

Na análise ao recurso às linhas de crédito do covid-19, 53,12% das empresas não recorreu nem pensa recorrer, 34,38% afirma que vai recorrer e 12,5% já recorreu. Já no recurso à moratória nos empréstimos em curso, 52,46% não pensa solicitar, mas 21,31% equaciona poder vir a utilizar. Nesta data, 26,23% das empresas já recorreram a este instrumento.

Das empresas inquiridas, 15,87% já requereu a aprovação do Lay-off simplificado, para apoiar as empresas na manutenção dos postos de trabalho e 28,57% vão recorrer a esta medida. 55,56% das empresas não pensa requerer o lay-off.

Na questão sobre as dificuldades de abastecimento atuais, incluindo importações, 41,94% das empresas diz ter tido pouco ou nenhum significado, mas quando questionadas sobre possíveis dificuldades futuras nos abastecimentos, a opinião divide-se mais, com percentagens idênticas nas respostas que vão de ‘pouco significado ou nulo’ a ‘muito forte’.

Quanto ao impacto da redução da procura, neste momento, 43,75% das empresas diz ser muito forte e apenas 15,62% diz ter pouco ou nenhum significado. As restantes dividem-se entre um impacto moderado e forte. Quanto ao futuro, em termos do impacto da evolução da procura, a expetativa de 46,03% das empresas é de que será muito forte. Apenas 6,35% considera que terá pouco ou nenhum significado, situando-se as restantes divididas entre um impacto moderado e forte.

Ler
1 De 45

Na análise ao impacto da pandemia na tesouraria da empresa, a situação atual é a seguinte: 33,85% das empresas diz ser muito forte; 26,15% diz ser moderado; impacto forte em 21,54% delas e 18,46% diz ter tido pouco significado ou nulo. Quanto à análise sobre a expetativa do impacto na tesouraria no curto prazo, a expetativa de 42,19% das empresas é de que será muito forte; 29,69% considera que será forte; 25% moderado; e 3,12% considera que terá pouco ou nenhum significado.

As empresas foram questionadas sobre os possíveis constrangimentos com os transportes, com a logística e as Alfândegas, ficando a saber-se que metade delas considera ter pouco ou nenhum significado (27,59% moderado, 18,97% forte e 3,45% muito forte).

Em virtude de haver empresas que têm trabalhadores ausentes, por vários motivos legais, como por exemplo acompanhamento a filhos menores, devido ao encerramento das escolas, 40,32% das empresas consideram essa ausência pouco significativa ou nula; 29,03% moderado; 22,58% forte; e 8,06% muito forte.

No inquérito, que permitia a colocação de comentários adicionais ao impacto da epidemia covid-19, vários comentários foram tidos em conta pela Nersant, que aqui damos nota:

A própria gerência com filhos menores, não tem direito a assistência aos filhos, nem consegue estar em modo de teletrabalho;

Neste momento, vimos todas as encomendas dos nossos clientes suspensas devido a esta pandemia o que nos levou a entrar em lay off para assegurar os postos de trabalho.

Dificuldade em concluir projetos em curso e de obter outros que estavam previstos.

Legislação e/ou procedimentos excessivos e complexa(os).

Nesta altura e, como somos uma empresa que se dedica a venda e montagem de equipamentos hoteleiros, o nosso grande problema são os consumidores finais que não conseguem acabar as obras por falta de mão-de-obra nesta altura.

O que está faturado vai ser muito difícil receber.

Agilizar todos os procedimentos administrativos (licenciamentos/certificações/autorizações/…) entre empresas e administração pública central e regional. Por exemplo dar a hipótese de prorrogar os licenciamentos/certificações/autorizações até o fim do período de quarentena. Permitir às entidades que licenciam/certificam/…, agilizar os novos processos, dando um prazo para as empresas, após a quarentena, completarem os processos. Criar a possibilidade para às empresas que têm necessidade de formação obrigatória para novos processos de certidões, nomeadamente as profissionais (exemplo atribuição do ADR para motoristas), possam fazer via online e não presencialmente.

Se o estado pagar tudo o que puder das suas dívidas às empresas (não gera mais despesa e garante liquidez para as empresas).

A ideia da distribuição do “dinheiro de helicóptero”, pelo menos para os trabalhadores dos setores mais afetados, impedindo que estes contribuam para a estagnação do consumo.

Apoio financeiro urgente. Repensar toda estratégia do ano.

Apoios para a criação de lojas on-line. Apoios para dinamizar comunicação, marketing e publicidade da empresa nos meios atuais.

As empresas deviam receber todas, sem exceção ajuda financeira imediata, sem estar sujeita a avaliações da Garval ou dos bancos. O dinheiro não chega as empresas, vai haver muito desemprego e o governo não dá o dinheiro as empresas para sobreviverem e manterem os postos de trabalho.

Esqueçam lá isso da avaliação do risco, depois vai gastar muito mais dinheiro com subsídio de desemprego e vai levar muitos anos até surgirem novas empresas suficientes para substituírem as que foram obrigadas a fechar. Dinheiro para as empresas já… depois vai ser tarde.

Os gerentes terem acesso ao lay-off ou outro apoio.

No meu caso dependo do meu ordenado e com a firma parada não tenho como sobreviver.

Isuvol
Pode gostar também