A pensar no envelhecimento da população em Portugal (e no mundo) e nas necessidades dos mais velhos, Bruno Galaio, de Pontével, e João Ferreira, de Santarém, juntaram-se para criar uma plataforma online que agilize os serviços de apoio domiciliário a quem deles precisa.
Os dois jovens empreendedores estabeleceram o seu quartel-general em Pontével e foi lá que o Jornal de Cá ficou a saber o que Bruno, 23 anos, e João, 30, andam a empreender, desde o mês de janeiro, para “criar uma nova realidade para envelhecer”.
Bruno e João conheceram-se na Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, quando iniciavam o curso de gestão de empresas e foi fácil entenderem-se. “Somos duas pessoas com uma criatividade elevada e reparámos imediatamente que éramos duas pessoas a pensar da mesma maneira” e, continua João, “foi daí que nasceu este projeto” que, conta, “é semelhante a um projeto que o Bruno já tinha guardado na gaveta há muitos anos”.
Trata-se de um projeto com base na saúde e bem-estar das pessoas, que resulta numa “solução mais prática, mais económica e mais flexível” nos cuidados a pessoas dependentes, na sua própria casa. Simplificando, será uma espécie de “lar online, em que as pessoas podem requisitar serviços, esporádicos ou não, e os serviços são prestados por cuidadores profissionais”. Ou seja, esta plataforma online gere diversas valências, prestadas por diversas entidades, que as pessoas podem requisitar temporariamente, ou não, conforme as suas necessidades – alimentação, cuidados de higiene, limpeza do lar, transporte, entre outros serviços que irão surgindo, também, mediante as solicitações dos clientes.
Pretende-se que seja uma plataforma onde se juntam a oferta e a procura destes serviços, que funcionará também segundo as avaliações que vão sendo feitas aos serviços, à imagem de outras plataformas, nomeadamente de alojamento. Instalando a aplicação através do telemóvel ou através do site na internet é possível requisitar diversos serviços e escolher os prestadores desses serviços.
Considerando que “este é um mercado de futuro, porque é dos que mais vai crescer naturalmente, pela evolução da população”, os dois jovens empreendedores vão avançar com este serviço a nível nacional, ainda que de forma faseada, mas já pensam além-fronteiras, estando a trabalhar neste projeto inovador com apoio reforçado. Para além de concorrerem a um fundo do IAPMEI, que foi aceite em finais de abril, para levar avante este projeto, estão inscritos no Founder Institute, em Silicon Valley, um acelerador de empresas, que apoia empreendedores a criar a sua ideia com todos os standards exigíveis a um próspero negócio internacional.
Daqui por um ano, o mais tardar, a plataforma ZOI deverá estar online e apta a funcionar. O caminho faz-se caminhando e, segundo João Ferreira, “a nossa maior urgência é que o produto final fique bem feito”, ainda que haja prazos a cumprir, mas o mais importante é conseguir pôr a funcionar um serviço que vem simplificar a vida de quem tem pessoas dependentes a seu cargo, sejam idosos ou não, assim como ajudar as empresas prestadoras de serviços a evoluir, “consoante as expetativas e as vontades dos clientes”. Já para não falar de outras ideias complementares que os dois jovens vão delineando e pensam vir a implementar no futuro.