Ainda não foi desta que se desatou o nó da SFIP (Sociedade Filarmónica Inccrível Pontevelense) que, ao fim de três Assembleias Gerais eletivas, continua sem direção.
A atual direção, presidida por Mário Silva, cujo mandato terminou em 31 de dezembro último, tem mantido a coletividade a funcionar, até porque existiam já compromissos assumidos, mas esta situação não se poderá arrastar por muito mais tempo.
Na Assembleia desta quarta-feira, realizada nas antigas instalações da coletividade, no centro da vila, por terem uma acessibilidade mais facilitada, estiveram presentes cerca de três dezenas de associados, mas acabou por ficar tudo na mesma.
O presidente da mesa da Assembleia, José António Sobreira, começou por explicar que, até à tomada de posse da nova direção, é a direção cessante que gere os destinos da SFIP.
Mário Silva, presidente, assegurou que “o objetivo desta direção não é, de todo, fechar a porta, porque não faz sentido, mas não é descabido termos de perceber como é que podemos fazer. Não quero ficar aqui eternamente”. “Fechar a porta agora, como sabem, não podemos, temos compromissos, algumas atividades, entre elas, a Artével, que está aí, e temos uma tasquina que temos de agarrar, porque o dinheiro faz falta; este fim de semana calha à SFIP estar no Largo do Rio da Fonte”, para além de algumas festas com que a banda já se comprometeu, acrescentou Mário Silva.
“Eu não sei o que é que hei de fazer mais, se calhar tenho de convidar as pessoas diretamente, mas todas as pessoas a que eu pergunto dizem que não têm vagar, não têm tempo, não podem, a família é mais importante. E contra isto…”, lamentou.
João Guerra, maestro da banda da SFIP e associado da coletividade, propôs a marcação de uma reunião em vez de uma Assembleia Geral, “para quem estivesse interessado em entrar numa nova direção debater ou votar” os lugares na lista. Desta forma, quando se realizar nova Assembleia Geral, já existirá lista a apresentar.
A ideia foi aceite, mas com algumas alterações. Assim, ainda antes da realização desta reunião, deverão ser endereçados convites a potenciais interessados.
Outro dos associados, Fernando Amorim, salientou que “esta equipa está cansada. O que vocês estão a pedir, acho que é desonesto, que eles continuem a trabalhar numa direção que tome posse no dia a seguir. Acho que é desonesto a Assembleia estar a pedir para fazerem isso, porque estas pessoas vão continuar a trabalhar, vão continuar a ‘dar o litro’, e continuamos a ser os mesmos nestas assembleias. Está provado que a população e os sócios não querem a Sociedade Filarmónica, senão estavam aqui. Estão à espera de quê? Não é notório?”, questionou, acrescentando que “eu pertenço à Casa do Povo e tenho direção para tomar posse. Mas se não tiver, fecho a porta”. “Para mim, sinceramente, não há direção, a chave é dos sócios”, resumiu.
A Assembleia decidiu, ainda, informar, na convocatória para a próxima Assembleia, que terá lugar a 4 de julho, que, caso não surja uma direção, a coletividade poderá ter de fechar portas.
A terminar, uma das associadas lamentou que “dantes, devido aos subsídios, não faziam nada durante o mês e tinham dinheiro. Agora, todas as coletividades de Pontével têm de trabalhar muito e pedir muito, e não estão para isso. Mais nada”.