Teatro: ‘Madalena’ traz reflexão sobre o luto ao Centro Cultural do Cartaxo

Madalena, peça coproduzida pelo Teatro D. Maria II, Teatro Viriato e Centro de Arte de Ovar, com direção artística de Sara de Castro, traz ao Centro Cultural do Cartaxo, no sábado, 19 de fevereiro, às 21h30, os temas da morte, do luto e da relação com o corpo morto, através da figura bíblica de Maria Madalena.

Madalena é uma peça com direção artística de Sara de Castro, que assina a dramaturgia com Ana Pais. Em palco vão estar Ana Brandão, Carla Galvão, Teresa Moreira, Cuca M. Pires, Madalena Almeida e Paula Só e um coro que integra naturais e residentes no concelho do Cartaxo.

Sara de Castro criou uma reflexão sobre os temas da morte, do luto e da relação com o corpo morto, a partir da figura bíblica de Maria Madalena. A pandemia da doença Covid-19 trouxe um novo enquadramento à peça, por aprofundar o isolamento dos vivos em relação ao corpo dos mortos – como Sara Castro explica no texto que acompanha a folha de sala de Madalena: “Como defende José Gil (…), um mundo sem mortos é um mundo que não pode existir. Um mundo em que morte significasse o fim absoluto, em que não existissem rituais, celebrações, palavras que avivem a memória, não seria um mundo de vivos. Essa memória do passado é fundamental para a construção da nossa identidade hoje. Os mortos têm de estar presentes na vida coletiva e individual dos que lhes sobrevivem. José Gil faz estas reflexões a propósito da pandemia e das imagens de cadáveres alinhados em valas comuns, sem nome, sem rosto, sem rituais fúnebres. Madalena estreou antes da pandemia e falava desse direito ao contacto com o corpo morto como parte do processo do luto, da dificuldade acrescida de o fazer sem esse contacto, da dificuldade desse contacto na nossa sociedade a par da necessidade de preparar o corpo para a viagem, isto é, da importância dos rituais fúnebres para a despedida. E agora compreendemos que o espetáculo ganhou outras dimensões de significado, resultado do tempo em que vivemos. Ficou ainda mais clara a urgência de reivindicar o direito a viver num mundo com mortos.

Os bilhetes para o espetáculo podem ser adquiridos em Ticketline e na bilheteira do Centro Cultural do Cartaxo.

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