As fortes chuvadas do passado domingo, dia 25 de abril, foram tema de discussão da última sessão ordinária da Assembleia Municipal do Cartaxo, com a situação de alagamento da Rua Serpa Pinto a dominar as intervenções.
A chuva intensa e forte que se fez sentir pela hora de almoço do passado dia 25 de abril, no Cartaxo, provocou cheias em várias zonas da cidade, e não só, tendo a Rua Serpa Pinto, junto ao entroncamento com a Rua São Sebastião, sido uma das mais afetadas, provocando danos no prédio ali situado, nomeadamente ao nível das garagens, que também ficaram alagadas. Reconhecendo a existência de problemas nas redes de drenagem, o presidente da Câmara do Cartaxo afirma que “perante o caudal de chuva no 25 de abril, as zonas baixas de qualquer cidade têm dificuldade ao nível da sua rede coletora em dar resposta”, não sendo o Cartaxo exceção.
A falta de limpeza das linhas de água, sarjetas e sumidouros foi uma das razões apontadas pelo deputado à Assembleia municipal do Cartaxo, João Pedro Oliveira, para esta ocorrência, referindo ainda a possibilidade de problemas nos sistemas de drenagem nas zonas recentemente requalificadas – Rua da República, Travessa da República e Rua Mouzinho de Albuquerque, cujas águas ali vão confluir. Para o deputado eleito pelo PSD, “há aqui uma falha clara e evidente e uma tentativa de escamotear isto”. “Sempre houve chuvadas e nem sempre tivemos problemas destas dimensões”, considera o social-democrata.
O presidente da Câmara do Cartaxo rejeita a acusação de escamoteamento, referindo que os problemas da Serpa Pinto “estavam identificados” e que o projeto de requalificação da Serpa Pinto, adiado por falta de interessados na concretização da obra, “propõe-se resolver a maioria destes problemas”. Pedro Ribeiro diz que “se estas obras estivessem concluídas, este problema não teria tido este impacto”, adiantando que, independentemente da obra da Rua Serpa Pinto, o município vai dar prioridade a obra da rede coletora daquela rua, ligando a caixa coletora até à linha de água.
Quanto aos danos, o presidente da Câmara informou que acompanhou a vistoria técnica ao edifício afetado nesta rua e que depois de “apuradas todas as responsabilidades nestes incidentes e nos prejuízos causados”, a Câmara Municipal “assumirá todas as responsabilidades que sejam suas”.
No seguimento destas declarações do presidente da Câmara, o deputado do Bloco de Esquerda lembrou que aquele edifício foi construído em leito de cheia e que, na altura, “o Bloco de Esquerda contestou, alertou e tentou impedir que fosse construído”. Segundo Francisco Colaço, “não é preciso ser adivinho para se saber que quando chove um pouco mais e houver algum entupimento da vala da ribeira aquele prédio, construído em leito de cheia, vai continuar eternamente a ser vítima do mau planeamento e das más decisões do executivo da Câmara”. E deixa a pergunta: “Será que os habitantes daquele edifício vão passar a vida a pedir indemnizações ao município e a outras entidades pelo facto de, constantemente, passarem a ter as suas garagens inundadas?”.
Este é um assunto que o Jornal de Cá continua a acompanhar e sobre o qual lhe dará mais pormenores na edição impressa de maio, em banca no final da próxima semana.