O segundo momento mais difícil da história do Partido Socialista no Cartaxo

Opinião de Ricardo Magalhães

Nas eleições deste ano, o Partido Socialista viveu o segundo momento mais difícil da sua história no Cartaxo, ao perder a corrida à Câmara pela primeira vez. A meu ver, este golpe será apenas superado por quando o partido se fraturou ao meio em oposição interna à liderança de Paulo Caldas. Acontece que dessas dificuldades saiu um partido mais forte, unido e reforçado. Que resposta veremos desta vez?

Os votos que haviam confiado ao projeto FAZER BEM a liderança dos destinos do concelho nos últimos 8 anos não foram renovados. Foi este o projeto que resultou da contestação interna a Paulo Caldas e que, vencendo-o, devolveu o Cartaxo aos cartaxeiros. Foi este o projeto que encontrou uma Câmara em ruína financeira, com uma dívida a transitar de quase 30M€ e um passivo a roçar os 85M€. E que passa neste momento um testemunho bem mais auspicioso aos novos eleitos, após ter reduzido o passivo em 15M€ e deixado a quem chega agora um pé de meia de 6M€ prontos a serem investidos nas estradas, espaços verdes e em tudo aquilo que todos, sem exceção, identificamos como urgente para o Cartaxo.

Um pé de meia que, diga-se, poderia ter já sido usado para avançar com algumas dessas obras. Depois de um ano de 2020 dedicado ao combate à pandemia e a proteger as pessoas, entendeu o executivo que agora cessa funções que reparar estradas em vésperas de eleições a preços 40% superiores ao período pré-pandemia não seria um bom ato de gestão. Aqui ao lado em Santarém o preço sobre inflacionado das obras não serviu de travão (ético ou moral) para alcatroamentos pré-campanha. Atendendo aos resultados de ambas as eleições, entende-se que para os cartaxeiros e escalabitanos essas obras devem ser feitas independentemente do preço. E percebe-se porquê.

A verdade é que as pessoas ao passarem na rua não veem os excelentes resultados financeiros da Câmara. Veem os buracos na estrada e as ervas no passeio. É por isso normal que fique difícil fazerem uma avaliação positiva de um trabalho que é para elas invisível. Compreende-se também que os grandes investimentos do mandato, como o novo Centro Escolar de Pontével e as novas ETAR’s, não tenham impacto eleitoral. Esses investimentos, apesar de urgentes para as freguesias, não tiveram impacto na vida da cidade, que continuará a ser onde a maioria dos eleitores residem.

Posto isto, não haja dúvidas que a receita para o Partido Socialista voltar mais forte de tudo isto está em unir-se, reorganizar-se e apontar às suas raízes. Em apontar a uma política que resolva em primeiro lugar os problemas identificados pelas pessoas e que as envolva cada vez mais nos projetos de revitalização do concelho. Em fazer da união, colaboração e espírito comunitário o motor de superação das dificuldades. No fundo, um Partido Socialista mobilizador e inspirador, tal como o sonhado pelos grandes homens e mulheres que lhe deram vida.

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*Artigo publicado na edição de outubro do Jornal de Cá.

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