Regresso às aulas com menos telemóvel?
Esta quinta-feira, primeiro dia de aulas no Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita do Cartaxo, e dia de receção aos encarregados de educação dos alunos até ao 2º ciclo, fomos à escola José Tagarro saber o que pensam os pais, a direção do Agrupamento e a Associação de Pais sobre a recomendação do Governo para a proibição do uso de telemóveis no recreio.
O ano letivo começa com a recomendação do Governo para a proibição do uso de telemóveis no recreio até ao 2º ciclo. Em conferência de impressa Fernando Alexandre, ministro da Educação, sublinhou que a evidência científica sobre o uso de telemóveis não pode ser ignorada e que há estudos que mostram que o uso de telemóveis gera “ansiedade e comportamentos negativos” nas crianças.
Esta quinta-feira, primeiro dia de aulas no Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita do Cartaxo, e dia de receção aos encarregados de educação dos alunos até ao 2º ciclo, fomos à escola básica do 1º ciclo José Tagarro saber o que pensam os pais, a direção do Agrupamento e a Associação de Pais sobre a recomendação do Governo para a proibição do uso de telemóveis no recreio.
“Concordo totalmente, acho que esta geração cada vez convive menos”, realçou uma das mães presentes, numa sala com cerca de duas dezenas de encarregados de educação, quando perguntámos se concordavam com a proibição de telemóveis no recreio. Nenhum se manifestou contra.
Sandra Martins, da Associação de Pais do Agrupamento Marcelino Mesquita do Cartaxo, concorda com a medida. Esta mãe, considera que “deixou de haver relação entre as crianças”, já não conseguem dialogar um com os outros “nem sequer falam pessoalmente, falam por mensagem”, e assegura que estão “completamente disponíveis para reunir com os encarregados de educação”.
João Heitor propõe que esta medida entre em vigor já este ano letivo, o presidente da Câmara salienta que esta “é uma recomendação bastante forte do Governo, suportada por muitos pais, eu diria que a grande maioria dos pais compreende, aceita e incentiva a que assim seja, porque compreendem que o uso excessivo do telemóvel transtorna as crianças e o seu desenvolvimento e, por isso mesmo, devemos agir em defesa das nossas crianças.
Jorge Tavares, diretor do Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita do Cartaxo, lembra que “sendo uma recomendação não é de caracter obrigatório” e garante que vai ouvir a Associação de Pais “ainda este mês” e levar essas conclusões ao Conselho Geral.
Recorde-se que já em março, no dia em que o Agrupamento Marcelino Mesquita assinalava os seus 20 anos, o diretor do Agrupamento quando questionado sobre o desafio de reflexão à comunidade escolar, “sobre a forma como se olha para o uso de telemóveis no espaço da escola”, deixado pelo presidente da Câmara Municipal, João Heitor, na sua intervenção durante a sessão comemorativa, onde sublinhou que “o futuro constrói-se com as medidas que tomamos hoje”, Jorge Tavares, também se comprometeu a debater a situação e ouvir “os diferentes intervenientes”.
Nesse dia, sem tomar uma posição clara sobre a restrição do uso de telemóveis na Escola, a vereadora da Educação, Fátima Vinagre, considerou que esta reflexão “tem de ser consertada entre todos os agentes da comunidade escolar e não escolar”.
Nessa mesma semana era notícia no País que, em sete meses, a proibição do telemóvel nas escolas de Almeirim tinha mudado hábitos e brincadeiras.