Por Vasco Miguel Casimiro
Num tempo de emergência e pandemia global,
Devido ao novo Coronavírus (SARS-CoV-2) e à doença COVID-19,
Este é um termómetro que não é de esquerda nem de direita,
Este é um termómetro que não tem altos nem baixos.
Mas, tal como habitualmente, este é um termómetro que reflete e partilha,
Que não pretende ser imparcial nem unânime.
Para um tempo diferente, uma escrita diferente.
DIFERENTES TEMPOS
Houve um tempo…
Em que os amigos reais se sentavam à mesma mesa,
Partilhavam boas conversas e melhores momentos,
Riam e bebiam juntos e planeavam o futuro,
Estavam presentes mesmo quando estavam ausentes,
Despediam-se com um beijo ou um abraço.
Depois veio o tempo…
Em que os amigos reais e virtuais se misturaram,
Partilhando “selfies” e confundindo amizade,
Semeando “likes” e “smiles”, vivendo apenas do presente,
Em que estando presentes, estavam demasiado ausentes,
Despedindo-se com um beijo ou um abraço.
Chegou o tempo…
Em que os amigos se uniram afastando-se,
Partilharam conselhos e avisos e preocuparam-se,
Teletrabalharam à distância de um clique, não pensando no amanhã,
Estiveram presentes quase sempre pelo ecrã,
Despediram-se com um beijo ou um abraço.
Este é o tempo…
Em que ficar em casa é fazer bem,
Enquanto muitos trabalham sem olhar a quem,
Partilhar informação e verdade é gerar o bem,
Semear a esperança, nunca o pânico nem o medo,
Despedir-se com saúde, até breve, sem outro enredo.
Virá o tempo…
Em que dizem que ficará tudo bem,
O desemprego não será menor, a esperança será maior,
A crise social será dolorosa, a vizinhança continuará bondosa,
E nada mais será como antes
Para aqueles de quem não nos despedimos e para os seus.
Estaremos a tempo…? Sempre!
*Artigo publicado na edição de abril do Jornal de Cá.