Faleceu, este domingo, Manuel Luís Salgueiro, aos 82 anos. O conhecido autarca do Cartaxo encontrava-se internado há vários dias por motivos de doença prolongada.
Figura emblemática e muito querida de muitos cartaxeiros, o conhecido autarca socialista, que foi presidente da Junta de Freguesia do Cartaxo durante 20 anos (1993/2013), faleceu esta manhã, pelas 12h30, no Hospital do SAMS, em Lisboa.
Manuel Luís Salgueiro, atual membro da Assembleia Municipal do Cartaxo e da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias Cartaxo e Vale da Pinta, foi homenageado, há dois anos, no dia em que completou 80 anos de vida, a 30 de maio. A homenagem, organizada pela Câmara Municipal do Cartaxo e pela União de Freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta, encheu a sala do Centro Cultural do Cartaxo de familiares e amigos do homenageado, que não quiseram deixar de partilhar este momento de reconhecimento público do percurso cívico do autarca.
Em 2014, na edição impressa da revista DADA foi publicado o perfil de Manuel Luís Salgueiro, onde disse ser “Um homem simples, responsável, experiente, alegre e simpático e ao longo da minha vida preocupei-me muito em ajudar as pessoas”.
O corpo estará em câmara ardente no Salão Nobre da Câmara Municipal, a partir das 9h30 de amanhã, dia 21 de dezembro, segunda-feira, estando garantido o cumprimento de todas as normas da Direção-Geral de Saúde (DGS).
O corpo seguirá, às 15h00, para Igreja de São João Baptista – Igreja Matriz do Cartaxo, onde decorrerão as cerimónias religiosas. O cortejo fúnebre seguirá depois para o Cemitério Municipal do Cartaxo.
O Presidente da Câmara Municipal, decretou dois dias de Luto Municipal, em homenagem à memória de Manuel Luís Salgueiro.
A cerimónia fúnebre e de homenagem está reservada apenas aos amigos e familiares mais próximos, em virtude das medidas de contenção decretadas pelo Estado, devido à pandemia Covid-19.
Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, endereçou as condolências à família, salientando que “O Cartaxo perdeu hoje um exemplo de vida, de solidariedade, determinação e sentido cívico.”
Também o presidente da Assembleia Municipal do Cartaxo, Augusto Parreira, e o presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta, Délio Pereira, expressaram o seu pesar, enaltecendo o papel que Manuel Luís Salgueiro teve na construção da comunidade cartaxeira.
Manuel Luís Salgueiro nasceu em Montemor-O-Novo, a 30 de Maio de 1938, filho de Primitivo Salgueiro e Custódia Maria e é o filho mais velho de cinco irmãos. Do casamento com Ana Clara nasceram dois filhos: a Laura e o Luís e três netas a Rita, a Sara e a Marta.
Com 11 anos acabou a 4.ª classe e começou a trabalhar muito novo, como era hábito na época, para ajudar a família.
Nos tempos livres adorava jogar futebol e, fazia parte de muitos eventos a fim de angariar verbas para apoiar o Hospital de S. João de Deus, uma grande obra, ex-libris de Montemor-o-Novo.
Aos 20 anos foi para a tropa em Évora, onde fez a recruta e frequentou o curso para 1.º cabo, que acabou com uma nota alta, foi promovido a 1.º cabo escriturário e passou à disponibilidade ao fim de 6 meses.
Voltou para Montemor e entrou para a Secretaria da Casa do Povo de Montemor-o-Novo, que era composta por 5 funcionários sendo ele o mais jovem. Passado pouco tempo o chefe da Secretaria deixou o cargo e saiu da instituição. E é com surpresa que o é convidado para desempenhar aquelas funções, tendo aceite apesar de muito jovem.
Concluiu com dois dos seus irmãos o Curso Geral de Comércio.
Em 1965 resolveu dar outro rumo à sua vida, e concorreu ao Banco Nacional Ultramarino, prestou provas em Lisboa e foi aceite.
Em janeiro de 1966 deram-lhe a escolher diversas localidades e sem conhecer, optou pelo Cartaxo. Apresentou-se no Banco e a sua integração foi muito tranquila e passados três dias, já tinha a esposa e a sua filha Laura, com 11 meses a viverem no Cartaxo.
Trabalhou 35 anos no Banco, mais de 20 anos no exterior, o que lhe permitiu conhecer todas as freguesias do concelho e as suas gentes, a sua beleza e história, o que fazia do Cartaxo, um concelho harmonioso e bonito.
Em 1968, depois de fazer parte do movimento comunitário foi convidado para fazer parte da 1.ª Direção do jardim-de-infância do Cartaxo.
A partir de 1979 nunca mais parou. Foi diretor do departamento de futebol juvenil do Sport Lisboa e Cartaxo, onde fez três mandatos como presidente do conselho fiscal do clube. Também fez parte dos órgãos sociais, na velhinha sede da sociedade filarmónica cartaxense. Presidente do conselho fiscal do ateneu artístico cartaxense, durante vários mandatos e presidente do conselho fiscal do jardim-de-infância durante 2 mandatos a convite do Sr. Painho e já com a atual direção.
Fez parte do secretariado da Feira-Mostra inserida na Feira de Todos os Santos, cuja finalidade era mostrar as potencialidades do Concelho em várias áreas, tendo recebido como reconhecimento uma placa do município pelo presidente Dr. Renato Campos.
Em 1989 e a convite do PS fez parte da lista para a assembleia de freguesia do Cartaxo, encabeçado pelo Sr. Guilherme Barão do Santos, venceram as eleições e foi eleito tesoureiro do executivo.
Nas eleições seguintes foi convidado por José Manuel Conde Rodrigues, para liderar a lista do PS à junta de freguesia do cartaxo, as quais venceram e a partir daí foram 20 anos. No desempenho das suas funções teve uma vida muito ativa.
Foi para ele uma honra e um dia muito importante para a instituição, a apresentação no dia 10 de junho de 2000 do brasão e da bandeira da freguesia do cartaxo, da sua autoria, assim como todo o processo.
Também foi motivo de orgulho a junta de freguesia do Cartaxo, em 4 de junho de 2004, ser agraciada, pela Cruz Vermelha Portuguesa. E em 30 de novembro de 2012 ser agraciada com certificado de atribuição de distinção – medalha de agradecimento de bronze, pelo Corpo Nacional de Escutas.