Mais de duas mil denúncias por violência no namoro

No ano de 2020 foram registadas 2 006 denúncias, das quais 1 116 foram denúncias de violência no namoro entre ex-namorados e 890 foram denúncias de violência nas relações de namoro ainda em curso, registando a PSP um decréscimo de cerca de 5 por cento das denúncias em comparação com o ano de 2019 (2 100).

De acordo com a PSP, que aproveita a celebração do dia dos namorados para lembrar o trabalho que vem desenvolvendo junto das escolas a este nível, estas denúncias são transversais a todas as faixas etárias (dados ainda em consolidação).

A violência nas relações de namoro pode assumir as vertentes física, psicológica/emocional, social, sexual e económica. Injuriar, ameaçar, ofender, agredir, humilhar, perseguir ou devassar a intimidade são formas dessa violência, sublinha a PSP em comunicado, onde revela que cerca de 85 por cento dos relatos de violência no namoro apresentados à PSP em 2020 envolvem violência psicológica. A violência física está presente em 70 por cento das denúncias. Aproximadamente 50 por cento destes casos ocorrem no interior das residências, ao passo que 27 por cento ocorrem na via pública.

A grande maioria das vítimas é do sexo feminino, na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O suspeito médio, tanto masculino como feminino, encontra-se usualmente na faixa etária entre os 25 e os 34 anos de idade.

Durante o ano letivo de 2019/2020, no âmbito do Programa Escola Segura, que se encontra inserido no policiamento de proximidade da PSP, esta temática continuou muito presente na atividade policial, tendo sido realizadas 1 346 ações de sensibilização específicas sobre este tema, envolvendo 28 573 alunos a nível nacional.

Este trabalho de proatividade junto da comunidade escolar contribuiu para que, anualmente, 40 por cento das denúncias de violência no namoro cheguem à PSP através do Programa Escola Segura, diz a PSP, que acredita que “para este decréscimo contribui também o trabalho de proatividade da PSP, nomeadamente através das ações de sensibilização junto da comunidade escolar. Apesar de o número de ações ter diminuído no último ano letivo devido ao atual contexto pandémico e consequente confinamento obrigatório, que fez com que as aulas passassem a ser online, a PSP conseguiu passar a mensagem e tornar toda a comunidade escolar mais desperta e atenta para esta problemática”.

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Não obstante a maioria dos alunos se encontrar, atualmente, em confinamento domiciliário, a PSP refere que o risco de ocorrência desta tipologia de violência continua a registar-se, motivo pelo qual a Polícia “mantém a disponibilidade para colaborar com os estabelecimentos de ensino, para sessões online ministradas pelas Equipas do Programa Escola Segura, no âmbito da Operação ‘No Namoro Não Há Guerra’.

A PSP apela ainda à denúncia da violência, quer seja no namoro ou em qualquer outro contexto, nas esquadras ou procurar ajuda junto das Equipas da Escola Segura (contexto escolar) ou das Equipas de Proteção e Apoio à Vítima.

Pode também ser solicitado apoio e ou sinalizadas situações através de escolasegura@psp.pt ou violenciadomestica@psp.pt.

Isuvol
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